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domingo, 29 de julho de 2007

Pelas fragas e pragas de uma Primavera acidentada...

No início da Primavera de 2007, a Serra de Ossa recebeu o grupo de Caminheiros, em Março. Depois foi a
"Lá em baixo é Pesqueiro"... 1.04.2007
vez da barragem do Divor, em Abril, da Lagoa de Óbidos e da minha velha Tapada de Mafra, em Maio. Mas no fim de Março e início de Abril, passámos 10 dias em Vale de Espinho, em que voltei ao vale de Pesqueiro ... agora com guias! Efectivamente, o valespinhense que me havia transformado o velho palheiro em casa, filho de mãe espanhola, tinha sido lá criado. E até a minha sogra, que conheceu bem o trabalho nos "ranchos", voltou a Pesqueiro naquele dia das mentiras de 2007 ... relembrando a verdade da faina do azeite, mais de 50 anos antes.

Antiga casa da prensa, Pesqueiro, 1.04.2007
Memórias perdidas no tempo, Prensa de Pesqueiro, 1.04.2007
E no dia 4 de Abril faço uma caminhada solitária às Ellas, a partir da Serra das Mesas. Pelos Llanos de Navasfrias, desci a serra de Figuerola, até à Ermida do Espírito Santo e ao Canchal de las Muelas. No início do ano seguinte, o fojeiro Joaquim Dias publicaria "A Pita do Ti Zé Plim", que ele próprio apelidou de "novela-croniqueta"; ao lê-la, viria a recordar bem esta minha "aventura" dos Foios às Ellas.
Serra das Mesas, 4.04.2007. Objectivo: Ellas
Regresso pelo Picoto, numa tarde fria e a ameaçar chuva
O regresso foi por Valverde del Fresno e pelo Picoto, numa tarde fria e a ameaçar chuva. Tinha o meu "burro" à espera, entre os Foios e o Lameirão ... e quando lá cheguei tinha feito 31 km a pé.

11 a 13 de Maio foi outro fim de semana de fragas ... e pragas. O UMM levou-nos de novo à Quinta do Major e a Pesqueiro; há longos anos emigrada em França, a tia que nos acompanhou reviveu igualmente aqueles lugares "perdidos", e mostrou-os ao filho. No dia seguinte, participei numa caminhada organizada pela Câmara do Sabugal, entre Malcata e Vale de Espinho. Mas esse dia 13 de Maio ficaria marcado por
Da Quinta do Major ao Cabeço do Pão e Vinho, TransMalcata, 2.06.07
um grave acidente de viação, em que a minha sogra perdeu o braço direito. Posteriormente reimplantado, nunca mais viria contudo a ter mobilidade. Paradoxalmente o acidente deu-se quando, com um casal de Vale de Espinho ... regressavam de Fátima!
Com os Caminheiros, em Junho foi a vez das terras de Proença-a-Nova ... mas também os levo pela segunda vez a Vale de Espinho, para uma caminhada extra, longa e mais dura que a média: a TransMalcata, numa extensão de quase 30 km, ligando Vale de Espinho à Carreira de Tiro da Meimoa, pela Quinta do Major, Concelhos e Monte do Salgueirinho. E no dia seguinte ... Foios - Valverde, pelo caminho da Figuerola, que havia conhecido em Abril, regressando depois a Lisboa.
E entrávamos no verão de 2007. Com os Caminheiros, estava programada nova "aventura" asturiana ... mas no dia 27 de Julho havia uma caminhada nocturna, entre os Foios e Navasfrias, revivendo as rotas do contrabando. Assim, parti sozinho para Vale de Espinho, nesse dia 27 de Julho, para viver as cenas dos "carregos", dos carabineiros e dos guardas fiscais ... já que não tinha vivido ao vivo esse jogo do gato e do rato, da luta pela vida e pela sobrevivência.
Dois dias depois, no meu velho "burro", desço o Piçarrão, passo Valverde, vou à descoberta do velho castelo de Trevejo, qual pog inexpugnável, dominando a planície estremenha a sul, guarda avançada da Serra da Gata e do Xalmas, Jálama, Xálima, ou Enxalma, consoante a variante linguística que se queira adoptar. Em Vale de Espinho e na raia, aquelas serranias são conhecidas por Serra da Enxalma.

Nas encostas do Xálima, com Trevejo à vista, 29.07.2007
Castelo e aldeia de Trevejo, 29.07.2007
No dia seguinte, manhã cedo, parti à boleia com o filho da padeira para Vilar Formoso ... onde duas horas depois apanhei o autocarro dos Caminheiros ... para mais 8 dias no paraíso de Somiedo e dos valles del Oso.
7 de Agosto de 2011